5,8 mil rondonenses faltaram a consultas na rede municipal de saúde em 2020

por Cristiano Marlon Viteck publicado 01/10/2020 09h55, última modificação 01/10/2020 10h05
Dado foi revelado ontem (30) em audiência pública
5,8 mil rondonenses faltaram a consultas na rede municipal de saúde em 2020

Marciane Specht, secretária municipal de Saúde

 

O Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon, através da Comissão Permanente de Educação, Saúde, Cultura, Bem-Estar Social e Ecologia - que é presidida pelo vereador Ronaldo Pohl, realizou na tarde de ontem (30) a audiência pública para prestação de contas do 2º quadrimestre do ano da Secretaria Municipal de Saúde. O relatório foi apresentado pela chefe da pasta, Marciane Specht.

Nos oito primeiros meses de 2020, o investimento da administração municipal na saúde pública foi de R$ 28.614.450,43. Isso representa 33,93% dos recursos fiananceiros da Prefeitura durante o período. Se mantido o percentual, este será o ano em que a saúde pública mais demandou investimentos. Desde o início da série histórica, em 2008, os gastos no setor mais que dobraram.

Em 2008, o investimento foi de 15,16%. Já em 2019, até então o ano em que a saúde pública municipal mais recebeu recursos, o índice alcançou 33,14%.

 

Consultas

 

Um dado que chamou a atenção na audiência pública foi o número de rondonenses que faltaram a consultas agendadas na rede pública de saúde no Município. De janeiro a agosto deste ano, 5.838 pessoas não compareceram.

Embora ainda não tenha sido calculado o percentual que isso apresenta em relação ao total de consultas agendadas, a secretária de Saúde afirmou que este número é alto e traz prejuízos enormes, tanto para quem aguarda na fila para ser consultado como para o cofre municipal.

“Aquela estrutura que está à disposição da população é paga com os nossos impostos. Então, indiretamente, ela tem um custo para cada cidadão. Quando a gente vê (o número) de faltantes, nos preocupamos porque deixamos de atender outros que estão na fila esperando”, lamenta.

 

Coronavírus

 

Entre outros números, a secretária Marciane informou que para a implantação do hospital de campanha, que ainda não foi utilizado, foram gastos R$ 314.684,24. Já os gastos totais com o combate ao COVID-19 somaram R$ 1.415.436,40.

Questionada sobre as causas do grande número de casos que surgiram em setembro, a secretária informou que não foi possível identificar. Inicialmente, havia a suspeita que as aglomerações durante o feriado prolongado de Sete de Setembro poderiam ter intensificado a disseminação do vírus na comunidade rondonense. Porém, isso não se confirmou, pois os novos casos inclusive diminuíram nos dias após o feriadão.

Por outro lado, ela citou que ocorreram surtos em algumas empresas tanto de pequeno, como de médio e grande porte, o que pode ter contruíbo. No entanto, Marciane lembrou que os índices confirmam que o comércio local não é um grande foco disseminador da doença, inclusive em virtude das medidas de prevenção que estão sendo cumpridas.

A probabilidade maior é que as reuniões familiares e de amigos nas residências têm sido a maior causa do salto do número de doentes. Até ontem, Marechal Cândido Rondon contabilizava 830 casos confirmados, sendo 86 ativos, e oito óbitos.

Também presente à audiência pública, o diretor técnico da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), médico Tiago Krielow, afirmou que foi uma surpresa a curva ascendente de casos de Coronavírus em setembro, que ele define como a primeira onda do COVID-19 no município.

“No Brasil já está se falando na segunda onda e nós estamos vivendo a primeira, ainda. A nossa primeira onda, aparentemente, vai ser longa”, opinou.