Vereadores solicitam ao governador do Estado que reverta venda da Copel

por Cristiano Marlon Viteck publicado 30/11/2022 10h35, última modificação 30/11/2022 10h36
“Não houve debate público com a sociedade"
Vereadores solicitam ao governador do Estado que reverta venda da Copel

Copel é a maior empresa do Paraná e atende 4,5 milhões de unidades consumidoras

 

Um dos destaques da sessão do Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon, na última segunda-feira (28), foi o requerimento aprovado em plenário, no qual é solicitado ao governador do Paraná, Ratinho Júnior, que promova a reversão da venda de ações da Companhia Paranaense de Energia – Copel, autorizada por meio de projeto de lei na semana passada.

O documento foi encabeçado pelo vereador Rafael Heinrich, e recebeu também as assinaturas de Vanderlei Sauer (Soldado Sauer), Cristiano Metzner (Suko), Cleiton Freitag (Gordinho do Suco), Arion Nasihgil, Valdecir Schons (Paleta), Iloir de Lima (Padeiro) e Carlinhos Silva.

Os vereadores não concordam com a forma como ocorreu a aprovação pela Assembleia Legislativa do projeto de lei 493/2022. A matéria tramitou em regime de urgência, sendo aprovada em três dias.

“Não houve debate público e diálogo com a sociedade paranaense”, criticam os vereadores.

No requerimento, os edis rondonenses lembram que, de 2017 a 2021, os dividendos da Copel cresceram 968%. Somente no ano passado foram distribuídos aos acionistas aproximadamente R$ 3 bilhões.

Deste total, o Estado do Paraná, então principal acionista da Copel com 31,1% das ações, recebeu em torno de R$ 1 bilhão de dividendos em 2021. No mesmo período o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o BNDES Participações S.A. (BNDESPAR) receberam também aproximadamente R$ 715 milhões, ou 23,8% dos dividendos.

Conforme estes números, os vereadores entendem que reduzir a participação do Estado na Copel a 15%, com a venda das demais ações estimadas em R$ 3 bilhões, é perder seu potencial de recebimento de dividendos. Isso porque estes mesmos R$ 3 bilhões podem ser arrecadados com a manutenção integral dos 31,1% das ações em aproximadamente seis anos.

“Considerando que os contratos de concessão das usinas hidrelétricas federais controladas pela Copel vencem somente em dezembro de 2024 (Foz do Areia), dezembro de 2032 (Usina de Segredo) e março de 2033 (Salto Caxias), solicitamos que o governador cancele este processo atual de alienação das ações e promova amplo debate público com a sociedade, para construirmos coletivamente o melhor para a população paranaense”, reforçam os vereadores no requerimento.

Criada em 26 de outubro de 1954, a Copel é a maior empresa do Estado. Ela atende diretamente a 4.515.938 unidades consumidoras nos 394 municípios paranaenses.

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CRÉDITO FOTO: Copel