Vereadores rondonenses repudiam ação violenta contra servidores estaduais em Curitiba

por Cristiano Marlon Viteck publicado 05/05/2015 10h25, última modificação 05/05/2015 10h31
Professor da Unioeste presente à manifestação no Centro Cívico usou a tribuna da Câmara: "repressão avassaladora"
Vereadores rondonenses repudiam ação violenta contra servidores estaduais em Curitiba

Professor Gilberto Calil na tribuna da Câmara

O Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon aprovou nesta segunda-feira (04) o voto de repúdio à forma como os servidores estaduais, especialmente os professores de escolas e universidades do Paraná, foram atacados na semana passada, em manifestação na Capital do Estado contra o projeto de reforma da ParanáPrevidência. Após requerimento ser aprovado pelos vereadores, a Câmara de Marechal Cândido Rondon encaminhará ofício ao governador Beto Richa, ao comando da Polícia Militar e aos deputados estaduais, manifestando a desaprovação pelos atos de violência ocorridos no Centro Cívico, no último dia 29.

Segundo o requerimento, “é inimaginável que, vivendo numa democracia plena e consolidada, ainda assistamos cenas como as divulgadas na última semana, ainda mais contra nossos professores. Um projeto, um objetivo de governo não pode ser maior do que um clamor popular, e mesmo que a necessidade fosse evidente, outros meios legais deveriam ser utilizados para assegurar uma ampla negociação entre as partes como solução desta problemática. Portanto, os vereadores manifestam toda sua tristeza e lamentam o ocorrido, tendo a certeza de que ninguém saiu vitorioso deste triste e lamentável episódio”.

Assinaram o requerimento os vereadores João Marcos Gomes, Josoé Pedralli, Dorivaldo Kist (Neco), Ilario Hofstaetter (Ila), Adriano Cottica, Ari Hansen, Ceno Unfried, Elmir Port e Marcio Rauber.

Tribuna Popular

Na sessão de ontem do Poder Legislativo rondonense, que teve a presença do diretor do campus da Unioeste, Paulo Kohling, de professores e de servidores públicos, o professor da Unioeste Gilberto Calil utilizou o espaço da Tribuna Popular para falar sobre a manifestação ocorrida na semana passada em Curitiba. Segundo ele, que esteve presente no Centro Cívico desde a manhã de segunda-feira (27), já no começo da semana o clima era de apreensão diante da intimidação feita pela Polícia Militar, antecipando o grande confronto ocorrido na quarta-feira (29). Nas palavras de Calil, o que houve foi um “massacre” e uma “repressão avassaladora” contra os manifestantes.

De acordo com o professor, o governo estadual descumpriu o acordo feito durante a greve ocorrida em fevereiro, quando teria se comprometido a não mexer na ParanáPrevidência. Agora, Gilberto Calil informou que os servidores estaduais esperam que a operação policial seja investigada pelo Ministério Público. Além disso, destacou que continua a luta contra o projeto, já aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado como lei pelo governador Beto Richa ainda na semana passada.

“Que a gente consiga inverter o jogo, partindo da tristeza do momento que vivemos para reafirmar os valores democráticos, da liberdade de expressão e de liberdade de organização sindical”, declarou Calil.

Os professores da Unioeste permanecem em greve pelo menos até quinta-feira (07), quando irão se reunir em assembleia em Cascavel para definir se continuam ou não com a paralisação.